“Em muitos casos os pais precisam jogar esconde-esconde com o tumor até que finalmente algum médico consiga afirmar o que está acontecendo “
Cada família que eu conheço me conta uma história sobre a descoberta do retinoblastoma. Achei importante falar sobre isso porque nem sempre ele aparece como aquela manchinha branca que todo mundo percebe quando a criança tira uma foto. Em muitos casos os pais acabam tendo que jogar esconde-esconde com o tumor até que finalmente algum médico consiga afirmar o que está acontecendo. Conto aqui algumas dessas histórias e espero que ajudem quem está na dúvida se busca ou não ajuda médica. Deu dúvida? Corre para o médico e só descansa quando receber uma resposta convincente, que te tranquilize a alma. Ainda em dúvida? Continue buscando uma resposta até encontrar algo que faça sentido.
Uma menina, de cerca de 7 meses, recebeu da babá o presente do diagnóstico precoce. A babá percebeu uma manchinha que aparecia quando a luz batia no olho da criança. Era um brilho diferente, muito sutil, que era muito difícil de mostrar aos pais ou qualquer outra pessoa. Em outro caso o pai da criança percebeu uma manchinha branca que só ele parecia ver. Foi ao oftalmologista e recebeu a informação de que tudo estava bem. Estava prestes a atender a orientação do médico de retornar em dois anos quando uma prima (que não sabia da história) perguntou sobre a manchinha que tinha acabado de ver no olho da criança. Nova avaliação com outro médico e lá estava o retinoblastoma. Há também o caso do bebê de 7 meses (esse eu conheço bem) que estava vesgo e os pais nunca perceberam mancha nenhuma nos olhos. Foram à consulta para entender porque a criança estava ficando com os olhinhos tortos e receberam a notícia do câncer. Depois disso correram para as fotos dos últimos meses e lá estava a mancha, clara, muito clara. Como não perceberam? Aliás, como ninguém percebeu?
Na internet a gente encontra também os casos de pessoas que perceberam a mancha em fotos de crianças postadas no Facebook. Avisam o perigo aos pais e salvam a criança. Mas há também histórias de pessoas que perceberam que alguma coisa estava estranha, mas preferiram “não se meter”. Minha sugestão: se meta. O assunto é muito sério e merece. Qualquer coisa estranha no olho ou no olhar de uma criança deve ser avaliada por um médico. Uma mancha, um brilho estranho, uma cor diferente, diferença entre os olhos, tudo merece avaliação. A grande maioria dos casos não será nada, mas aqueles que forem identificados podem ter o câncer tratado logo e sua vida salva.
Um beijo para todos e um excelente 2013!
meufilhocomcancer 